A BOW-E Holding, como parte do Grupo Bolt Energia, é a empresa do grupo responsável pela compra e comercialização de energia renovável gerada no Brasil para venda aos usuários finais. A estratégia corporativa da Bolt visa aumentar a participação da energia renovável (solar fotovoltaica) em seu portfólio de energia.

A Recap Finance AB é uma fornecedora sueca de soluções de energia como serviço. A empresa desenvolveu um sólido histórico de projetos na Suécia, na Espanha, na Colômbia e na Índia, e agora está buscando expandir-se no Brasil, com um pipeline total previsto de mais de 20 novas soluções de leasing de energia para entrar em operação até 2023.

O projeto:

O objetivo do projeto é alocar uma micro usina solar fotovoltaica de 75 kWp. A empresa européia Recap Energy AB será a proprietária da usina de energia solar, que será construída pela integradora brasileira Canmar Brasil Ltda., que celebrará um contrato de arrendamento anual com a comercializadora de energia BOW-E HOLDING. A tecnologia usada para esse projeto será o equipamento fotovoltaico, incluindo: o sistema de montagem, a estrutura de suporte fotovoltaico, os painéis solares montados em estruturas de suporte feitas de perfis de alumínio e fixadores de aço inoxidável, estacas cravadas, estacas helicoidais, parafusos de terra e fundações com lastro.

Impacto ambiental:

– Espera-se que a usina reduza as emissões em 14,72 TCO2 equiv. / ano.
– Produção de 116.250 kWh de energia renovável por ano.

ALIANÇA LCBA: IMPLEMENTAÇÃO DE FILTRAGEM CICLÔNICA DE GASES DE COMBUSTÃO APLICÁVEL A CALDEIRAS DE BIOMASSA

A Burntech é uma fabricante de caldeiras brasileira que se dedica à concepção, fabricação e instalação de equipamentos destinados a implementar soluções de energia térmica para indústrias dos segmentos têxtil, alimentício, madeireiro e químico.

O projeto:

As caldeiras industriais podem ser movidas por combustíveis de origem fóssil ou por biomassa. As caldeiras movidas a combustíveis fósseis, como o petróleo e o gás natural, contribuem para a emissão de carbono e outros gases poluentes, tornando-se cada vez mais necessária a transição para fontes de energia mais limpas e renováveis. Embora as caldeiras movidas a biomassa não contribuam para a emissão de carbono, é importante lembrar que o processo de combustão ainda pode gerar gases que, se não forem tratados adequadamente, podem poluir o meio ambiente. Por isso, é essencial que as caldeiras a biomassa sejam equipadas com sistemas de tratamento de gases para garantir que as emissões estejam dentro dos padrões ambientais adequados.

A solução proposta pela empresa europeia Advanced Cyclone Systems para evitar tal contaminação baseia-se na implementação de uma solução de filtro multiciclone com maior eficiência que evita as emissões de materiais partículados com até mesmo menos de 200 mg/Nm3. Este requisito está relacionado com a implementação de um projeto de geração de vapor com biomassa em vez de diesel ou gás. Além de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito de estufa, é necessário  também tratar os gases de combustão desta caldeira para cumprir as regras ambientais.

A solução técnica implementada:

A empresa portuguesa Advance Cyclone Systems desenvolveu um modelo próprio e exclusivo de previsão da eficiência de ciclones, que leva em consideração a aglomeração em zonas de fluxo turbulento. A Advanced Cyclone Systems é a responsável pelo fornecimento do filtro de gás multiciclone, pela importação e logística, e pela nacionalização do filtro que será instalado na caldeira.

Impacto ambiental:

A implementação desta solução tem um impacto ambiental positivo:

– Substituição de 43.160.500 m3 de gás natural* por ano utilizando 219.000 toneladas de biomassa.

– Mitigação estimada de emissões de GEE de 64.903 tCO2e por ano.

Liza Rocha é a CEO da Oca

    • Você pode nos dizer mais sobre a Oca Solar Energia?

A Oca é uma empresa especializada em capacitação, treinamento e consultoria em energia solar fotovoltaica. Com mais 7 anos de história, oferecemos treinamentos presenciais e a distância em parceria com grandes empresas do setor.

Já formamos mais de 8.000 profissionais e seguimos a todo vapor, acompanhando o crescimento do setor Fotovoltaico brasileiro.

Nosso comprometimento com a igualdade de gênero e a inclusão guiam o nosso dia a dia. Hoje, conto com uma equipe composta majoritariamente por mulheres (cerca de 80%), e oferecendo condições especiais para a formação de mulheres no mercado de trabalho do setor.

 

  • Qual é a sua principal missão dentro da empresa?

Minha missão é disseminar conteúdo de qualidade e promover capacitação e treinamento para auxiliar no desenvolvimento de profissionais em um mercado com imenso potencial de geração de renda e empregos. Além disso, construir uma marca forte no setor fotovoltaico, representando a igualdade de gênero e inclusão. Para isso, busco todos os dias ampliar o negócio com novas parcerias e inovações, para que possa oferecer aos clientes um negócio moderno e completo.

 

  • Você vê a LCBA como um bom parceiro para a transição energética no Brasil?

Com certeza! A economia de baixo carbono e a sustentabilidade são pautas que estão cada vez mais sobre o olhar dos investidores e do mercado como um todo, além de, obviamente, serem de extrema importância.

Uma organização que estimula essas ações e une esforços é uma parceria que indiscutivelmente traz valor, reconhecimento e grandes oportunidades para que o setor se desenvolva cada vez mais.

 

  • Que outras mulheres te inspiraram em sua carreira?

A empreendedora, investidora e educadora Camila Farani, por sua história de perseverança, resiliência e dedicação em transformar a vida das pessoas por meio do empreendedorismo e da inovação.

 

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Temos o prazer de apresentar esta semana Luisa Haddad, co-fundadora e diretora executiva do Pé de Feijão com o objetivo de transformar a relação das pessoas com a comida. Trabalhou na REVER Consulting entre 2011-2017 como consultora e depois gerente e sócia; no corpo docente da SENAC entre 2016-2017 e como professora de gastronomia periférica em 2020. 

#SheLeadsTheChange 

  • Poderia nos dizer um pouco sobre o Pé de Feijão?   

Temos duas atuações principais. Fazemos programas para qualidade de vida visando a saúde integral, tanto da pessoa quanto do planeta ao adquirir hábitos que façam bem a ambos. Segundo, trabalhamos com comunidades, implantando hortas e composteiras, a fim de aproximar as pessoas com a natureza e promover educação nutricional e ambiental. O foco de atuação do Pé de Feijão são as hortas urbanas, o cultivo, a alimentação através da nutrição e comer sem desperdício e a parte de consumo consciente dos resíduos por meio da reciclagem e compostagem.  

 O que me motivou a fundar o Pé de Feijão foi tanto minha formação em biologia, quanto os hábitos bem consolidados que eu tinha na rotina de evitar embalagem,  desembalando cada vez menos e descascando cada vez mais os alimentos. Assim que começou e somei a vontade de expandir e trabalhar com mais gente, gerando mais impacto.  

Eu tinha percebido que nas abordagens das nutricionistas dificilmente tinha esse link ambiental. Hoje, trabalhamos muito com formação de multiplicador, como professores da rede pública, profissionais da assistência social, profissionais da saúde, nutricionistas enclusas para trazerem essa abordagem ambiental para o discurso através da “alimentação sustentável”.  

 

  • Qual é a missão do Pé de Feijão? 

Acelerar a transição das pessoas para um estilo de vida mais saudável e sustentável.  

 

  • Poderia nos dizer mais sobre a sua experiência profissional em gastronomia sustentável? 

Sou bióloga de formação. Eu trabalhava sempre em campo, no Aquário de Ubatuba com reabilitação de pinguim, depois com onça e ecologia no Pantanal (mamíferos de médio e longo prazo).  Despertei interesse em atuar na área da sustentabilidade e desenvolvimento de projetos e fui fazer um MBA na FGV. E. Ao mesmo tempo que entrei no MBA de Gestão do Ambiente e Sustentabilidade, eu entrei em uma consultoria de sustentabilidade para coordenar um grupo EBX, do Eike Batista, que tinha dinheiro para investir em biodiversidade. Me aperfeiçoei em engajamento de comunidades, e foi desse projeto que me interessei por trabalhar na ponta, de implementar os projetos. 

 

  • Me recordo que você fez consultoria e depois migrou para esse lado de comida saudável, como foi essa transição? 

Meu conhecimento de sustentabilidade em campo para engajamento de comunidades acrescentou muito no Pé de Feijão porque hoje trabalhamos com elas. A habilidade de circular em todos os ambientes e conversar com todas as pessoas em todos os lugares. Eu acho que essa habilidade, que é mais um soft skill do que um conhecimento específico, foi o que fez com que eu fosse me desenvolvendo na carreira.  

 

  • Quais outras mulheres te inspiraram na sua carreira? 

Minhas inspirações foram muito próximas. Quando eu entrei na consultoria eu tinha uma chefe chamada Patricia Beiton, que me inspirava pela maneira que desenvolvia a equipe. Hoje ela é minha sócia no Pé de Feijão. Além disso, muitas mulheres com que cruzei no caminho com os projetos que trabalho hoje, a Helena Crecia que organiza o TeDX é uma delas, que conheci quando participei do programa.  

Difícil responder essa pergunta porque não sou uma pessoa de mestres, sou de gente. Então você vai me inspirar em um pedaço, outra pessoa me inspira em outro. O que me inspira são as mulheres que conseguem desenvolver pessoas em qualquer área e que tem empatia em entender com quem estão falando com a firmeza do conteúdo.  

Tenho uma mentora desde 2018, a Ana Julia, que é uma grande referência para mim. Ela é bem o exemplo de mulheres que empoderam mulheres. Como mulher eu sinto que as vezes a gente não se sente capaz e é muito importante você ter outras mulheres ao seu redor que sentam do lado e eu vejo muito isso na minha equipe.  

 

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Hoje temos o prazer de falar com Sonia Dias, Especialista Global de Resíduos e Catadores da WIEGO. Nas últimas décadas, ela tem sido consultora do Banco Mundial, da GIZ e de outras organizações, e por 15 anos ela tem sido pesquisadora e especialista global para a rede WIEGO

#SheLeadsTheChange

  • Você pode nos dizer por que decidiu focar sua carreira no setor de gestão e recuperação de resíduos? 

Em meados dos anos de 1980,  eu trabalhava  num projeto de re-urbanização de favelas em Belo Horizonte onde, numa determinada época, um mapeamento participativo realizado com a comunidade, identificou a demanda dos moradores de ter acesso à coleta regular de lixo já que naquela época os mesmos só tinham acesso `a uma caçamba na entrada do assentamento informal. Naquela época, eu tinha acabado de me formar como socióloga e era parte de uma equipe multi-disciplinar com engenheiros, arquitetos e cientistas sociais e assim nossa equipe planejou um sistema de coleta de lixo com um mini-trator que conseguia percorrer as vielas e becos da favela. Assim, eu descobri pela primeira vez as inúmeras possibilidades que a gestão de residuos tem em se associar com distintos elementos da Cidadania substantiva, ou seja dos direitos sociais que os cidadãos deveriam ter acesso. Daí em diante, fiz especialização em residuos sólidos no Japão e trabalhei em varias organizações tais como a Fundação Centro Tecnológico do governo de Minas Gerais em projetos de re-estruturação da limpeza urbana com minha querida mentora e colega, Heliana Kátia Tavares Campos e também na Superintendencia de Limpeza Urbana de Belo Horizonte por quase 10 anos onde nossa maravilhosa equipe implementou um sistema de gestão integrada de residuos onde entre outras coisas incluía o Projeto de Reciclagem Inclusiva que reconhecia e valorizava o trabalho das cooperativas de catadores como parte fundamental do sistema de resíduos. Foi depois de muitos anos de engajamento prático que resolvi fazer o mestrado (Geografia Humana) e o doutorado (em Ciencias Políticas) refletindo sobre os dilemas da associação do lixo à cidadania.  

Nas últimas décadas, eu fiz consultorias  para o Banco Mundial, a GIZ, e outras organizações e há 15 anos sou pesquisadora e especialista global da rede WIEGO. 

 

  • Que funções você desempenha como Global Waste Specialist? 

Minhas funções na WIEGO são múltiplas e envolvem um trabalho em nível global e em nível local (no sentido de nacional, subnacional e local) no Brasil. 

No plano global, como especialista de setor assessoro diversas equipes locais da WIEGO em diversos países do mundo bem como organizações de catadores, além de liderar a agenda urbana de resíduos sólidos atuando com organizações como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a ONU- Habitat que atua nas questões urbanas, ONU Meio Ambiente, a ONU Mulher e diversas outras agencias do sistema ONU. Tenho atuado particularmente junto com a unidade de cooperativas da OIT e com o Centro Internacional de Treinamento da OIT (ITCILO, em inglês) ministrando cursos sobre trabalho verde, gênero entre outros. Ainda nesse nível global sou do conselho consultivo de diversas iniciativas e projetos tais como, o WOW Mulheres nos Resíduos da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (WOW – Women of Waste da ISWA – International Solid Waste Association); Grupo de trabalho Open Burning da Royal Society of Engineers; Circulate Initiative entre outros.  

No Brasil, o trabalho envolve múltiplas frentes tais como: 1. o que chamamos de “Advocacy” procurando incidir na produção de políticas públicas inclusiva junto aos governos nacional, estaduais e municipais, bem como nas políticas de organizações de pesquisa, associações profissionais e outras redes; 2. Produção de pesquisa e estatísticas sobre catadores, tais como o Projeto Cuidar de mapeamento de riscos de saúde, o Projeto Repensando as Relações de Gênero, Estudo de Monitoramento da Economia Informal, Mudanças Climáticas e Catadore-as etc; 3. Apoio à voz e visibilidade das organizações de catadores, com facilitação, capacitação técnica em distintas áreas que aumentam as capacidades e habilidades das lideranças do movimento de catadores; 4. Assessoria a grupos de trabalho temáticos e processos de intervenção liderados por governos locais e/ou pela sociedade civil na área da reciclagem inclusiva e proteção social; 5. Comitê técnico e consultivo tais como o da ONG Pimp my Carroça e do Compromisso por Brasília; 6. Militância e assessoria técnica em diversas redes multi-atores tais como os Fóruns Lixo e Cidadania, Observatório de Reciclagem Inclusiva (ORIS), a Frente Brasileira de Alternativas à Incineração 

 

  • O que é WIEGO? Qual é sua principal missão?  

 Mulheres no Trabalho Informal : Globalizando e Organizando (WIEGO) é uma rede global de pesquisa e políticas que procura melhorar as condições de vida e trabalho dos trabalhadores pobres, em especial das mulheres da economia informal. 

 O trabalho da WIEGO produz: 1. Produz evidências do tamanho, a composição, as características e a contribuição da economia informal através de estatísticas e pesquisa; 2. Colabora no fortalecimento das organizações de base dos trabalhadores informais; 3. Promove diálogos sobre políticas e processos inclusivos dos representantes das organizações de base dos trabalhadores informais. 

 

 

 

Esta semana tivemos o prazer de conversar com Camila Ramos, Diretora Geral e Fundadora Clean Energy Latin America (CELA). CELA presta assessoria financeira a empresas e investidores do nos setores de energia eólica, solar fotovoltaica, bioenergia, PCH e eficiência energética. Camila é também Vice presidente de Financiamento na ABSOLAR.

#SheLeadsTheChange

  • Você pode nos dizer mais sobre Clean Energy Latin America (CELA)? 

A CELA é uma empresa de assessoria financeira e consultoría estratética no setor de energías renováveis. Ajudamos nossos clientes na transição energética, através de estudos de mercado, planejamento estratégico, modelagem financeira, captação de recursos, etc. Somos especialistas em energía eólica, energía solar fotovoltaica, bioenergía e hidrogênio verde. 

  • Qual é sua principal missão na Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – ABSOLAR? 

Além de diretora e fundadora da CELA, sou conselheira em algumas instituições. Na ABSOLAR sou também Vice presidente de Financiamento, atuando junto a nossos associados e a instituições financeiras e investidores no fomento, melhoria das condições e criação de novos mecanismos de financiamento para o setor solar fotovoltaico do Brasil. O objetivo é fazer da energía solar a mais democrática e competitiva das fontes do país. 

  • Que outras mulheres te inspiraram em sua carreira?  

Durante minha carreira tiveram diferentes mulheres que me inspiraram em momentos específicos, desde ícones do segmento de renováveis global como a Nancy Pfund (uma das primeiras investidoras em empresas como a Tesla e a Solarcity), de renováveis do Brasil a Élbia Gannoum que está na ponta da lança do setor eólico brasileiro, até as mulheres com quem tive o prazer de trabalhar, compartilhar os sonhos e desafios, e aprender no dia a dia. Leia a entrevista #SheLeadsTheChange completa com Elbia aqui.

  • Por que você decidiu focar sua carreira em energias renováveis? 

Eu trabalho há 19 anos no setor de renováveis! Portanto desde que me formei. Comecei no setor de bioenergía, e em 2007 migrei para o setor eólico. Comecei a trabalhar também com solar em 2010, e desde sempre fui uma apaixonada pelas renováveis. Pela transformação que ela proporciona na vida das pessoas, em termos de solução sustentável para o planeta, mas também por proporcionar redução de custo na energía de pessoas e empresas ao redor do mundo. É um setor dinâmico, que se renova todo dia, e não paro de aprender – mudando o mundo ao mesmo tempo, é claro! 

 

Ana Carolina é atualmente Pesquisadora Associada na Universidade de São Paulo e RWTH Aachen. Ela é uma pesquisa de doutorado focada na busca de como desenvolver uma cultura organizacional que apóie a transição para a Economia Circular. Por mais de seis anos, ela está comprometida com o desenvolvimento de ações de economia circular em colaboração com empresas e agências governamentais brasileiras, fundações e universidades internacionais.

#SheLeadsTheChange

  • Como sua pesquisa contribui para melhorar o meio ambiente? 

 Muitas empresas tem se engajado na missão de transformar nossa sociedade em um mundo mais sustentável, seja por meio da implementação de economia circular, ESG ou outros conceitos/ferramentas que contribuem para isso. De acordo com o Circularity Gap Report 2022, apenas 8,6% do mundo é circular, ou seja, mesmo com os inúmeros esforços que estão sendo feitos, muitas empresas ainda não acharam seu caminho para implementar sustentabilidade por meio da economia circular. Muitos fatores estão envolvidos nisso, porém, a cultura e a mentalidade das empresas são os primeiros passos para facilitar ou dificultar a transição para uma economia mais circular. 

Grande parte das iniciativas em economia circular, falham porque (infelizmente) ainda há a mentalidade de que iniciativas que visam a propagação da sustentabilidade remetem a aumento de custo e ficam restritas ao departamento de sustentabilidade/meio ambiente. Isso resulta em iniciativas pontuais que pouco impactam no longo prazo para a geração de resultados positivos para o meio ambiente, sociedade e mesmo economia. 

Minha pesquisa trabalha esse ponto da transição para uma sociedade mais sustentável, a cultura das organizações. Quais valores, mentalidades, comportamentos, competências e capabilities as organizações precisam desenvolver para se posicionarem com mais força no caminho da sustentabilidade? E como desenvolver isso? Essas são perguntas que minha pesquisa tem tentado responder nos últimos 4 anos. E durante esse tempo, percebi que, sem uma mentalidade e uma cultura que coloque a co-criação de valores e colaboração com diferentes atores do ecossistema de negócio em primeiro plano, não há como alcançarmos uma economia circular. Somado a isso, a visão de longo prazo, é imprescindível para que iniciativas de economia circular demonstrem seu completo potencial de sucesso. 

A mudança para a melhoria do meio ambiente e para o alcance do desenvolvimento sustentável, depende mais da cultura (de pessoas, empresas e sociedades) do que de tecnologias. Hoje temos muitas tecnologias que possibilitam um mundo mais sustentável, mas pouca consciência e abertura pra implementar essas tecnologias e para mudar nossos hábitos quanto indivíduos, sociedade e empresas. Assim, minha pesquisa contribui para melhorar o meio ambiente auxiliando empresas a orientarem sua mentalidade e cultura para a economia circular e sustentabilidade. 

  • Você poderia nos dizer por que você optou por se concentrar na economia circular? 

 Desde pequena, sempre vi minha mãe separando todos os resíduos em nossa casa, mesmo nossa cidade não fornecendo coleta seletiva. No início não entendia bem o porquê, mas com o tempo percebi a importância dessas pequenas ações. Conforme fui crescendo, mantinha alguns costumes mais sustentáveis, mas foi apenas na graduação que tive o primeiro contato com a parte ‘mais técnica’ de soluções de sustentabilidade. Fiquei apaixonada pelo tema e ao mesmo tempo preocupada, pois estava cursando Produção Industrial e sabia que o caminho a ser percorrido para alcançarmos um mundo sustentável ainda era (é) longo. A partir disso, decidi que queria contribuir, não apenas com ações individuais, mas para impactar positivamente a sociedade de alguma forma. Foi então que decidi fazer pesquisa na área e assim, tentar desenvolver soluções em conjunto com empresas para alavancar o desenvolvimento sustentável. Em 2016 inicie meu mestrado em economia circular e trabalho com a temática até hoje. Vejo na economia circular um grande potencial de aplicação por parte da sociedade e das empresas para fazer as mudanças acontecerem. Acredito que a Economia Circular, é um dos ‘movimentos’ que mais tem conseguido trazer consigo empresas, academia, governo e indivíduos que querem fazer a mudança. 

  • Que outras mulheres te inspiraram em sua carreira?  

 Sempre tive o prazer de ter mulheres maravilhosas em minha vida, que de alguma forma me inspiraram a seguir esse caminho. Começando pela minha mãe, que me inspirou ainda nova a entender que ‘pequenas atitudes fazem a diferença’. Desde quando iniciei o mestrado tive ao meu lado pesquisadores incríveis, que hoje desempenham seu papel como agentes de mudança para um mundo mais sustentável trabalhando em empresas ou institutos de pesquisa que fizeram a sábia escolha de trilhar esse caminho. E no cenário de pessoas ‘famosas’, Jacinda Ardern, a primeira ministra da Nova Zelândia é uma das mulheres que me inspira. Como representante de um país, ela tem feito um trabalho incrível em incentivar e liderar a busca por soluções mais sustentáveis. 

  • O que você diria a outros jovens que querem estudar algo relacionado à sustentabilidade/economia circular? 

 Que acreditem no seu potencial, tracem um plano para tornar seu sonho em realidade  e acreditem que pequenas atitudes fazem toda a diferença. Busque conhecimento, estude, aplique, faça com que sua voz seja ouvida. 

 

Pós-graduada em Meio Ambiente e Sustentabilidade pela FGV, a paixão de Cinthia Porto é Sustentabilidade, Meio Ambiente, Economia Circular e ODS. Agora se especializa como Desenvolvedora de Novos Negócios na eureciclo. Foi um prazer conversar com você esta semana, Cinthia.

#SheLeadsTheChange

  • Qual é a sua principal missão dentro da eureciclo?
Minha principal missão é conectar os fabricantes, importadores e distribuidores de embalagens com as centrais de triagem de materiais recicláveis pós-consumo, como também aos recicladores, para que juntos possamos fomentar e formalizar toda a cadeia da reciclagem, praticando a logística reversa e gerando impactos positivos a todos os atores.
  • Como ela contribui para o meio ambiente?
A missão da eureciclo é elevar as taxas de reciclagem do Brasil. Hoje, reciclamos cerca de 3% do que é produzido. Esse número mostra que o mercado ainda pode ser muito desenvolvido, há muito para evoluir.
Temos muitos desafios, como a dimensão do país – que dificulta a logística, a educação ambiental dos consumidores, a falta de fiscalização das legislações e ainda há mais um gargalo, na triagem dos materiais recicláveis (plástico, vidro, papel e metal), que também precisam apresentar viabilidade econômica para o processo. Sem isso, os operadores não têm vantagens para recolher, separar e vender o resíduo para a indústria transformadora.
Os Certificados de Crédito de Reciclagem, comercializados pela eureciclo para mais de 6mil clientes, em todo o país, são importantes e transformadores nesse contexto. Eles são vantajosos para o meio ambiente e para a cadeia de reciclagem como um todo.
Com estes documentos, é possível entregar mais valor econômico aos materiais, para que eles sejam triados e comercializados com custo-benefício vantajoso, aumentando a rendados agentes. Assim, garantimos a destinação adequada e a reinserção na cadeia produtiva, evitando a extração de recursos naturais como matéria-prima na fabricação de novos itens.
Vale destacar que todo o processo descrito acima contribui com um desenvolvimento sustentável e é um incentivo para a economia circular, com benefícios para o meio ambiente e para profissionais do setor.
  • Você poderia nos dizer mais sobre sua experiência e por que você optou por se concentrar na economia circular?

Sou advogada por formação, mas atuei muito pouco na área. Logo fui trabalhar fazendorelacionamentos, como atendimento a empresas em agências de incentivo. Depois, fui parao ramo do entretenimento desenvolvendo projetos de eventos e, nesses eventos, eu sempre me incomodei muito com a falta de gestão de resíduos. Entendi que temos muito oque trabalhar com relação à educação e conscientização ambiental e, depois que virei mãe, comecei a me preocupar cada vez mais com que mundo eu iria deixar para a minha filha.Então, comecei a pensar em como eu poderia contribuir para a geração dela e as próximas gerações. Assim, conheci a Economia Circular e me apaixonei completamente.

  • Que outras mulheres te inspiraram em sua carreira?
No cenário global, a Ellen Macarthur, da Ellen MacArthur Foundation. No Brasil tenho admiração pela Carol Piccin, da MateriaLAB, Tania Sassioto e Marcella Bueno, da eureciclo, Rhariane Ornelas, da Coopercaps e tantasoutrasque trabalham todos os diaspela transição da Economia Linear para a Economia Circular.
  • Que conselhos você daria à mulheres que pretendem conquistar uma carreiracom sucesso?
Que sonhem, tracem um plano/estratégia, estudem e busquem aquilo que desejam! Épossível