Temos o prazer de apresentar esta semana Luisa Haddad, co-fundadora e diretora executiva do Pé de Feijão com o objetivo de transformar a relação das pessoas com a comida. Trabalhou na REVER Consulting entre 2011-2017 como consultora e depois gerente e sócia; no corpo docente da SENAC entre 2016-2017 e como professora de gastronomia periférica em 2020.
#SheLeadsTheChange
- Poderia nos dizer um pouco sobre o Pé de Feijão?
Temos duas atuações principais. Fazemos programas para qualidade de vida visando a saúde integral, tanto da pessoa quanto do planeta ao adquirir hábitos que façam bem a ambos. Segundo, trabalhamos com comunidades, implantando hortas e composteiras, a fim de aproximar as pessoas com a natureza e promover educação nutricional e ambiental. O foco de atuação do Pé de Feijão são as hortas urbanas, o cultivo, a alimentação através da nutrição e comer sem desperdício e a parte de consumo consciente dos resíduos por meio da reciclagem e compostagem.
O que me motivou a fundar o Pé de Feijão foi tanto minha formação em biologia, quanto os hábitos bem consolidados que eu tinha na rotina de evitar embalagem, desembalando cada vez menos e descascando cada vez mais os alimentos. Assim que começou e somei a vontade de expandir e trabalhar com mais gente, gerando mais impacto.
Eu tinha percebido que nas abordagens das nutricionistas dificilmente tinha esse link ambiental. Hoje, trabalhamos muito com formação de multiplicador, como professores da rede pública, profissionais da assistência social, profissionais da saúde, nutricionistas enclusas para trazerem essa abordagem ambiental para o discurso através da “alimentação sustentável”.
- Qual é a missão do Pé de Feijão?
Acelerar a transição das pessoas para um estilo de vida mais saudável e sustentável.
- Poderia nos dizer mais sobre a sua experiência profissional em gastronomia sustentável?
Sou bióloga de formação. Eu trabalhava sempre em campo, no Aquário de Ubatuba com reabilitação de pinguim, depois com onça e ecologia no Pantanal (mamíferos de médio e longo prazo). Despertei interesse em atuar na área da sustentabilidade e desenvolvimento de projetos e fui fazer um MBA na FGV. E. Ao mesmo tempo que entrei no MBA de Gestão do Ambiente e Sustentabilidade, eu entrei em uma consultoria de sustentabilidade para coordenar um grupo EBX, do Eike Batista, que tinha dinheiro para investir em biodiversidade. Me aperfeiçoei em engajamento de comunidades, e foi desse projeto que me interessei por trabalhar na ponta, de implementar os projetos.
- Me recordo que você fez consultoria e depois migrou para esse lado de comida saudável, como foi essa transição?
Meu conhecimento de sustentabilidade em campo para engajamento de comunidades acrescentou muito no Pé de Feijão porque hoje trabalhamos com elas. A habilidade de circular em todos os ambientes e conversar com todas as pessoas em todos os lugares. Eu acho que essa habilidade, que é mais um soft skill do que um conhecimento específico, foi o que fez com que eu fosse me desenvolvendo na carreira.
- Quais outras mulheres te inspiraram na sua carreira?
Minhas inspirações foram muito próximas. Quando eu entrei na consultoria eu tinha uma chefe chamada Patricia Beiton, que me inspirava pela maneira que desenvolvia a equipe. Hoje ela é minha sócia no Pé de Feijão. Além disso, muitas mulheres com que cruzei no caminho com os projetos que trabalho hoje, a Helena Crecia que organiza o TeDX é uma delas, que conheci quando participei do programa.
Difícil responder essa pergunta porque não sou uma pessoa de mestres, sou de gente. Então você vai me inspirar em um pedaço, outra pessoa me inspira em outro. O que me inspira são as mulheres que conseguem desenvolver pessoas em qualquer área e que tem empatia em entender com quem estão falando com a firmeza do conteúdo.
Tenho uma mentora desde 2018, a Ana Julia, que é uma grande referência para mim. Ela é bem o exemplo de mulheres que empoderam mulheres. Como mulher eu sinto que as vezes a gente não se sente capaz e é muito importante você ter outras mulheres ao seu redor que sentam do lado e eu vejo muito isso na minha equipe.
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